• Destaques

    Pesquisadores da UnB ensinam a navegar no cenário da desordem informacional, com foco na avaliação crítica de conteúdos   A comunidade do Guará recebe, no próximo dia 14, a oficina “Alfabetização Midiática e Informacional na Pratica”, que visa capacitar os participantes a lidar de forma crítica com o cenário de desinformação contemporâneo. O evento faz parte da programação da Caravana do Comitê e ocorre na Casa da Cultura da cidade, de 14h às 17h. A oficina será ministrada pelo professor Fábio Henrique Pereira, da Universidade de Brasília e Universidade Laval, um dos líderes da pesquisa que investiga como as pessoas recebem, compartilham e reagem a notícias falsas na região do Guará e de outras comunidades no país, além de Argentina, Canadá e França. Também participarão outros pesquisadores da UnB que também fazem parte do estudo. No Guará, os pesquisadores passaram seis meses conversando com moradores e frequentadores da Feira para entender como as informações circulam na rotina da comunidade.   Segundo o professor, o propósito da oficina “é ajudar as pessoas a navegarem no contexto de desordem informacional, sabendo avaliar melhor as informações que elas consomem e a qualidade das fontes". "Escolhemos a comunidade do Guará por conta do vínculo que os moradores construíram com o território e pelo papel da feira como espaço de circulação e encontro dos habitantes do DF e entorno", explica.Ao final da oficina, os participantes interessados receberão certificado de quatro horas, validando a participação e o aprendizado adquirido.     A desordem informacional e a urgência do letramento midiático   O cenário contemporâneo é caracterizado pelo enorme compartilhamento de informações, frequentemente acompanhada por dados falsos ou imprecisos, fenômeno denominado "desordem informacional" ou "infodemia". O contexto representa um desafio global, com impactos nas relações sociais, processos eleitorais e democráticos, bem como para a saúde pública e individual. A Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências parceiras têm alertado sobre os perigos da desinformação. A UNESCO, por exemplo, ressalta que a desinformação pode prejudicar a confiança nas instituições, polarizar sociedades em diversas nações e minar a tomada de decisões conscientes.   Nesse panorama, o letramento midiático aparece como uma competência crucial, que capacita as pessoas a analisar criticamente as mensagens recebidas, identificar fontes, reconhecer táticas de manipulação e, consequentemente, formar opiniões fundamentadas. Iniciativas como o "Observatório Internacional Estudantil da Informação (Observinfo)", da Universidade de Brasília, têm se dedicado à produção de materiais e à realização de oficinas, para promover a habilidade em escolas e comunidades do DF. O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

  • Destaques

    A ideia, segundo a pesquisadora, é mapear potenciais e desafios do que está sendo desenvolvido em sala de aula em três temas principais: combate à desinformação, análise de mídia, e uso ético e crítico de tecnologias digitais, para então propor a elaboração de um curso de formação continuada para os professores. Clique aqui e responda o questionário!     Como trabalhar fake news e desinformação em sala de aula? Como fazer com que os estudantes usem o celular de forma saudável? Como protegê-los de discurso de ódio? Ou quem sabe, como ensiná-los a analisar os jornais e selecionar melhor as informações que consomem? Bom, nem sempre isso é fácil para nós, professores, imagina para os alunos. Por isso, é preciso refletir sobre como agir.   Todas as perguntas acima pertencem ao universo da Educação Midiática, que é o tema de investigação proposto pela pesquisa de pós-doutorado em Comunicação de Nathália Coelho da Silva, membro do ObservInfo, com os professores de Educação Básica da Secretaria de Educação do DF. O título é Educação Midiática e a formação continuada dos professores de Educação Básica pública brasileira: o caso do Distrito Federal.   A pesquisadora quer compreender como os docentes da rede já estão desenvolvendo o que é proposto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas Competências gerais 5 e 7 da BNCC e do “campo jornalístico-midiático”, em termos de conteúdos específicos e transversais em Educação Midiática.     Para tanto, a pesquisa se desenrolará em três momentos:   1. Mapeamento geral com o questionário dos hábitos de consumo passivo e uso ativo do ambiente digital pelos professores; conhecimentos sobre os documentos educacionais no tema e por fim, as ações didático-pedagógicas. 2. Em seguida, a pesquisadora selecionará docentes que tiverem propostas relevantes para uma entrevista posterior para entender melhor o que está sendo feito. 3. Por fim, os materiais didáticos dos participantes da entrevista serão analisados com o intuito de compreender os níveis de criticidade.   O questionário é simples, mas é um pouco longo. Então, guarde uma meia hora para as respostas. Não se preocupe! Sua participação é imprescindível e qualquer professor/ professora da rede pública do Distrito Federal pode participar – independente de disciplina, nível, série escolar, natureza da vinculação. A única exigência é que esteja na ativa, em sala de aula.    A partir das conclusões gerais, Silva pretende elaborar uma proposta pedagógica de curso em formação continuada para os professores e, quem sabe, incentivar a implementação de uma cultura em Educação Midiática no Distrito Federal.   Então, sem custos e de livre espontânea adesão, o link para o questionário é https://forms.gle/VRC8Nnd1YYNsQzDFA   A pesquisadora conta com o seu apoio!   Educação Midiática no Brasil   Apesar de o tema Educação Midiática já estar mencionado na BNCC, como um subtópico de “Culturas Digitais”, desde 2018, a indicação de uma elaboração de políticas públicas mais contundentes e de forma independente foi proposta pelo governo federal em 2023, com a publicação do documento Estratégia Brasileira de Educação Midiática (EBEM).   Dentre os eixos de atuação estão a promoção da educação midiática na educação básica; a formação e qualificação continuada de profissionais da educação e multiplicadores; o estabelecimento de parcerias com academia, sociedade civil e iniciativa privada; o desenvolvimento de campanhas educativas; a promoção do uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes; e a participação social.   Até então, ações em Educação Midiática ocorrem no Brasil de maneira isolada, encabeçadas por entidades civis, dos mais diversos segmentos, bem como por empresas ou universidades, como é o caso do próprio ObservInfo. Vale lembrar que o tema vem à tona na sociedade como uma das frentes de mitigação de risco à desordem informacional, à reverberação de discurso de ódio, e aos avanços fundamentalistas ocorridos nas plataformas digitais nos últimos anos.   A pesquisa acima foi aprovada pela Secretaria de Estado da Educação do DF e pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Brasília.  

  • Destaques

      Por Nathália Coelho   Na última terça-feira (12), o líder do Grupo de Pesquisa/Extensão Observatório Internacional Estudantil da Informação – ObservInfo, Fábio Pereira, esteve na Reitoria da Universidade de Brasília para receber o prêmio Anual de Direitos Humanos “Anísio Teixeira” 2023 pelo Projeto ObservInfo nas Escolas, pela relevância e promoção à Democracia e participação.     Fábio Pereira recebendo o Diploma   ObservInfo nas Escolas é uma das frentes de trabalho do grupo, com a realização de Oficinas de Mídia nas escolas públicas do Distrito Federal. Entre 2021 e 2022, professores envolvidos no projeto estiveram no Centro de Ensino Fundamental 05 de Brasília (CEF05) para aplicar as oficinas com estudantes de 9º ano, nos horários de Língua Portuguesa da prof. Mariana Wagner, parceira do projeto.   As oficinas foram divididas em quatro módulos. Conceitos iniciais do jornalismo, tais como fato, notícia, informação, opinião, mídia, imprensa foram trabalhados com os estudantes. Também Ética Jornalística, importância do consumo crítico de conteúdos, e combate e tipologias de desinformação também estavam no foco.   Além disso, os estudantes tiveram a oportunidade de conversar com profissionais que estão no mercado, atuando na Imprensa. O uso do jogo "Vamos aos fatos", criado por egressos e estudantes da Faculdade de Comunicação da UnB - baseado no jogo Detetive da Estrela -, também proporcionou aos estudantes um momento lúdico de aprendizagem sobre desordem informacional, com a supervisão e orientação da jornalista e criadora do jogo, Marina Dalton.   O projeto ObservInfo e, por consequência, ObservInfo nas Escolas, foi financiado pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à Covid-19 da UnB (Copei), criado pelo Ato da Reitoria n. 1068/2020. O projeto, idealizado por docentes da FAC/UnB tem com o objetivo reunir esforços no combate à desinformação científica. Entre as frentes de trabalho, estavam as ações em torno de Educação Midiática.   Para 2024, o grupo está preparando a escritura de um Manual de Alfabetização Midiática e Informacional, a partir das experiências com os estudantes e as oficinas.